
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Minha sugestão de leitura para esta semana.

terça-feira, 27 de setembro de 2011
Blog da Smartkids: CORES DO ARCO-ÍRIS
Blog da Smartkids: CORES DO ARCO-ÍRIS: Qual sua cor preferida? Verde, azul, amarelo, nossa, há cores para todo o lado! Mas como se formam as cores? Isso e muito mais você descobr...
Campeão de Empréstimos.

Outro dia indiquei este livro para uma aluna da 8ª série que sempre está na biblioteca e lê muito. E me surpreendi quando ela veio devolvê-lo no dia seguinte. Perguntei então se ela não havia gostado do livro e me encantei quanto ela me disse, abraçada ao livro e com lágrimas nos olhos, que ela não havia conseguido parar de ler desde que o abriu. Me agradeceu pela indicação e disse que chegou a pensar em não devolvê-lo mas que pensou melhor e desejou que muitas outras pessoas pudessem, também, se emocionar com essa leitura. São esses acontecimentos que me fazem gostar cada vez mais do que eu faço.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Xadrez na Biblioteca.
Projeto Diários de Leitura, desenvolvido em conjunto com a professora Daniela e os alunos do Ensino Médio.
O Projeto Diários de Leitura acontece durante as aulas de Língua Portuguesa e Literatura, ministradas pela professora Daniela E. Maciel. Os alunos vão à Biblioteca e escolhem livremente um texto para ler, pode ser um livro, uma reportagem, um artigo... A partir deste texto fazem um breve resumo em seus diários e anotam suas impressões e opiniões a respeito do que leram.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Visita orientada na Biblioteca
Esta atividade faz parte da programação do Projeto de Leitura desenvolvido no Colégio. Ela acontece no início do ano letivo e tem por objetivo apresentar a Biblioteca aos novos alunos incentivando-os a frequentar esse espaço e viajar pelo universo da leitura.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O senhor da noite
Miguel Sanches Neto
Toca sanfona em praça pública e sempre consegue mais do que precisa para o quarto de pensão e o pê-efe. O dinheiro que sobra ele aplica na Raspinha. Já ganhou duas vezes. Sem saber até hoje, o vendedor bem quieto ficou com o prêmio.
— Roubando cego, hein! - disse um bêbado que percebeu a malandragem.
Os olhos são duas caçapas de mesa de sinuca, lacradas por uma courama murcha.
Em Peabiru, foi sanfoneiro de zona. Trabalhava de noite e cochilava de dia no quarto das mulheres. Os gigolôs nem se incomodavam com a presença de um morcego.
Em Curitiba, continua sua vida noturna sob o sol. Das nove às vinte horas pode ser encontrado no calçadão da Rua XV, nunca no mesmo lugar. Pula de um canto para outro do tabuleiro este que é o senhor da noite.
Sapo é seu fiel empresário. Cuida para que ninguém roube as gorjetas. Vigia a sanfona e o banquinho enquanto Tome sai para o almoço ou para jogar. Olhos vermelhos de bebida, Sapo recebe indiferente o sanduíche de pão com vina e a garrafinha de refri. No final do dia fica com 20% dos lucros, que ele contabiliza errado, roubando o que pode. Com o que consegue indevidamente, à noite se embebeda.
Agora o Tomé vai pro restaurante, tateando o chão com a bengala. Os meninos que catam papel, ao vê-lo, gritam por pura diversão.
— Pega!
— Isso mesmo, vamos pegar o dinheiro do Tomé.
— Está no bolso da calça.
— Aproveita que ninguém tá vendo.
— Agora!
Em pânico, ele fica parado, atrapalhando as pessoas que passam. Encolhe-se todo, as mãos protegendo o bolso, e chora em silêncio, na sua solidão de cego.
As lágrimas escorrem para dentro.
Miguel Sanches Neto é paranaense, natural de Bela Vista do Paraíso, onde nasceu em 1965. Aos quatro anos, ficou órfão de pai e passa a viver em Peabiru, no mesmo estado, onde estudou em colégio agrícola e chegou a trabalhar na agricultura. Mais tarde, formou-se em Letras. É doutor em Teoria Literária (Unicamp – 1998) e professor de Literatura Brasileira na Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR). Crítico literário da Gazeta do Povo (PR) e da revista Carta Capital, o autor vem recebendo críticas favoráveis à sua obra, como a recentemente publicada sobre o romance “Um amor anarquista”, lançado em 2005 pela Record e que o consagrou como “o melhor autor da sua geração”, de acordo com artigo do jornalista Mario Sabino, da revista Veja (24/08/2005). Recebeu o Prêmio Nacional Luis Delfino pelo livro “Inscrições a giz” (FCC, 1991) e o Prêmio Cruz e Souza/2002 por “Hóspede secreto” (contos, Record, 2003).
É autor ainda de:
Chove sobre minha infância ( romance, editora Record, 2000);
Você sempre à minha volta (cartas, editora Letras Contemporâneas, 2003);
Abandono (haicais, edição do autor, 2003);
Venho de um país obscuro (poesia, editora Bertrand-Brasil, 2005);
Biblioteca Trevisan (crítica);
Entre dois tempos ( ensaio literário, Unisinos, 1999);
Herdando uma biblioteca (memória, editora Record, 2004);
Amanda vai amamentar (infanto-juvenil, editora Bertrand-Brasil, 2005);
Estatuto de um novo mundo para as crianças (infanto-juvenil, editora Bertrand-Brasil, 2005);
Primeiros contos (contos, editora Arte & Letra, 2008).
O texto acima foi extraído do livro "Primeiros Contos", Editora Arte & Letra – Curitiba (PR), 2008 - pág. 07.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Soneto do Amigo
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Assinar:
Postagens (Atom)